Em algum momento os israelitas precisaram registrar através da escrita, talvez porque outros povos já tivessem feito a resposta para uma pergunta que paira sobre todas as civilizações: de onde os seres humanos vieram?
Recorreram as história que ouviram de seus pais, dos seus avós e demais ancestrais. Através de uma narrativa poética, o texto de Gênesis afirma que Javé, o Deus de Israel, decide criar o ser humano com características suas – imagem e semelhança – e molda a partir do pó, da terra. Ou seja, da matéria do planeta que habita o ser humano e lhe transmite vida ao soprar sobre este novo ser.
A afirmação de que somos feitos de barro, da terra, mostra-nos a condição finita na qual nos constituímos, isto é, matéria bem como a natureza, colocando-nos numa posição de igualdade e, sobretudo, de cuidadores.
Ao dizer que a vida provém de Javé, esta história nos recorda que cada ser humano, ao respirar, está declarando, rememorando, que a divindade está dentro dele.
Os cristãos (pequenos Cristos) creem que o pai de Jesus e Javé são o mesmo Deus e ainda que o Cristo é a expressão máxima e mais precisa dEle.
Jesus expressa a presença de Deus nos seres humanos não somente por adotar a forma, a matéria e as emoções. Ele opta por estar no meio do povo e não se nega a ter contato, literalmente tocar qualquer pessoa, até mesmo aquelas que eram tratadas pela sociedade como sub-humanas, consideradas indignas até mesmo de conviver com suas famílias.
Imersos em uma cultura que cultua o individualismo, somos tentados,talvez arrastados, a ignorar sem nenhuma crise os exemplo de Jesus. Assim, como no evangelho, precisamos nos perguntar: quem é o meu próximo?
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