26.2.11

Adoração a quem...?

                                                                                                                                              por Allan Reis

É comum ao entrarmos no consultório de um médico ou escritório de um advogado ou de qualquer outro profissional que suou a camisa para conseguir sua profissão vermos estampado na parede o seu diploma como prova do seu conhecimento, como um troféu de sua conquista e lembrança do árduo trabalho para chegar até a sua profissão.

Em Hebreus 11, guardadas as devidas proporções, existe algo semelhante. O autor expõe os grandes heróis da fé, gigantes na experiência com Deus. Todos realizaram feitos fantásticos conforme lemos no versículo 32: “Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros”. Desses grandes heróis que o autor não tinha tempo para falar há muitas histórias interessantes, dentre elas, quero destacar a história de Gideão e chamá-los para uma breve reflexão.

Depois de derrotar os Midianitas com apenas 300 homens (menos de 1% do exército inicial), sem utilizar a espada (trombetas em uma das mãos e tochas acesas na outra - Juízes 7. 17- 22) os israelitas disseram a Gideão: “Reine sobre nós, você, seu filho e seu neto, pois você nos libertou das mãos de Midiã" (Juízes 8.22). É importante recordar que nunca houvera um rei sobre Israel, apenas Juízes que o Senhor convocava para liderar o povo. Apesar de grande tentação Gideão respondeu de modo enfático "Não reinarei sobre vocês, nem meu filho reinará sobre vocês. O Senhor reinará sobre vocês” (Juízes 8. 23). Quantos teriam pedido um tempo para analisar a situação? Quantos diriam que iriam orar para saber a vontade de Deus? Quantos teriam aceitado prontamente o clamor do povo? Quantos teriam se encantado pela glória do poder e do dinheiro e se rendido ao apelo da nação? E eu como teria reagido? E você?

A sequência do texto nos traz uma surpresa. “Só lhes faço um pedido: que cada um de vocês me dê um brinco da sua parte dos despojo ... Eles responderam: De boa vontade os daremos a você! Gideão usou o ouro para fazer um manto sacerdotal, que ele colocou em sua cidade, em Ofra” (Juízes 8. 24-27). Gideão não queria esquecer a vitória miraculosa que o Senhor lhe conferira, ele não queria esquecer que um dia escutou a voz de Deus, atendeu e o Senhor realizou maravilhas por seu intermédio. Gideão queria um troféu para a sua conquista. Como conseqüência “todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele objeto de adoração; e veio a ser uma armadilha para Gideão e sua família” (Juízes 8. 27).

Aquele povo passou a adorar a vitória e não Aquele que concedeu a vitória! Todos os cristãos correm o risco de fazer o mesmo que os contemporâneos de Gideão, ao invés de adorar o Doador da benção, adorar a benção, ao invés de adorar Aquele que deu o talento da música adorar o músico (o artista) ou o pastor bem sucedido ou qualquer outra vitória que venha de Deus!
Oremos para que as palavras do Senhor a Gideão ecoem para sempre em nossos corações “A fim de que Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou” (Juízes 7. 2). Que o Senhor nos ensine a lidar com o sucesso e não permita que o ditado judaico “a alegria é ótima companhia e péssima professora” seja uma realidade nas nossas vidas.

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