6.6.11

O Filho do Homem na COP 15

por Victor e Mônica Duck

Durante a Conferência do Clima de Copenhague, em meio a participantes ilustres, um repórter teve sua atenção voltada para um homem. Ele estivera presente o tempo todo, parecia conhecer todos, mas ninguém perguntara sua opinião. O repórter decidiu entrevistá-lo. Sua identificação não tinha nacionalidade; seu nome, um tanto estranho: Filho do Homem.
Qual é a sua expectativa a longo prazo quanto à preservação do meio ambiente?
Bem, longo prazo depende do ponto de vista. Mas, pensando no meio ambiente do qual você está falando, quero fazer duas citações da Bíblia: “Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2Pe 3.12b-13); “Então vi ‘novos’ céus e ‘nova’ terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia” (Ap 21.1). Este novo “meio ambiente” não se pode nem comparar com o que você conhece.
Se entendi bem, na sua opinião, o que se espera é algo novo. Então, qual é o sentido de toda essa discussão sobre produção de energia limpa, responsabilidade ambiental e a própria contribuição individual de cada pessoa?
O sentido está na motivação das pessoas. O salmista diz o seguinte: “Louvem o Senhor, vocês que estão na terra, serpentes marinhas e todas as profundezas, relâmpagos e granizo, neve e neblina, vendavais que cumprem o que ele determina, todas as montanhas e colinas, árvores frutíferas e todos os cedros, todos os animais selvagens e os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos e as aves, reis da terra e todas as nações, todos os governadores e juízes da terra, moços e moças, velhos e crianças. Louvem todos o nome do Senhor” (Sl 148.7-13). As conversas da COP-15 têm esta motivação?
Então quais são as suas sugestões práticas?
Algum tempo atrás, certo casal ouviu o seguinte: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra” (Gn 1.28). Encher, subjugar e dominar não significa destruir nem explorar. Pelo contrário, é “ser mordomo”, é “cuidar”, é “preservar”. “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para ‘cuidar’ dele e ‘cultivá-lo’” (Gn 2.15).
Parece-me que isso foi há muito tempo. Vivemos situações novas, como, por exemplo, a grande quantidade de poluentes eliminados em função do desenvolvimento. Neste sentido, como podemos saber se estamos cuidando ou destruindo?
Novamente: o que define é a motivação. “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros ‘superiores’ a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos ‘outros’” (Fp 2.3-4).
Isso quer dizer que para se chegar a um acordo o presidente de um país teria mesmo de levar em consideração os interesses dos outros países, considerando-os superiores?
Sim, essa é a solução. Preciso ir, mas antes gostaria de abordar mais um aspecto. Algum tempo atrás, o Criador do meio ambiente falou o seguinte para o grande governante Salomão: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2Cr 7.14). Essa oferta ainda é válida.

Fonte: Revista Ultimato de março-abril de 2010.
• Victor e Mônica Duck são casados e missionários em Asas de Socorro, em Manaus, AM. Ele é mecânico aeronáutico e ela, bióloga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário